Medo

Algo bom

Não gosto muito dessa palavra que dá o nome a esse texto, na verdade não me lembro de alguém que goste, os meus motivos são muitos para pensar dessa maneira, aposto que todos têm vários para não gostar também, minha teoria é que não gostamos de senti-lo porque nos traz desconforto e ninguém está afim desse sentimento, o que todos queremos sentir é AMOR, FELICIDADE e outros tantos sentimentos mais prazerosos, indo mais a fundo ouso dizer que todos temos medo, medo de viver, de morrer, de ser feliz, de amar, poderia ficar o dia todo enumerando diversos tipos, mas o que me interessa ser exposto no momento é o medo de amar (e por consequência se permitir ser feliz). Há um desconforto latente enquanto escrevo essas linhas, talvez seja uma dose de medo surgindo na minha consciência, talvez para ajudar/atrapalhar meus pensamentos, Who Knows the reason?!

Cientistas dizem que o medo é um instinto que carregamos desde os primórdios do nosso surgimento, um instinto de sobrevivência e que nos protege, algo que concordo totalmente, contudo tenho um adendo a fazer, não é só o medo que trazemos desde o surgimento de nossa espécie, trazemos conosco todos os outros sentimentos, mas então porque nos incomodamos tanto com ele se é um sentimento natural? É um dos mais primitivos sentimentos realmente, mas o problema acontece quando ele ao invés de nos proteger de uma situação perigosa nos congela e nos aprisiona e faz com que paremos de viver. Muitos deixam o medo controlar suas vidas por experiências ruins no passado, outros porque nunca foram ensinados que o medo é nosso amigo, contudo não deve nos acompanhar o tempo todo.

“O medo faz parte de mim, porém ele não deve ser o único lado que devo mostrar”

            Existem tantas razões para sentir medo, algumas até inexplicáveis, no momento creio que sinto um misto de medo de amar e medo de perder, e ao contrário do que normalmente acontece – me congelar -, dessa vez é ele que me puxa para reagir, e sabem porquê?

Porque eu não quero perder o amor da minha vida por medo de amar, por medo de me mostrar totalmente, por medo de não mostrar quem eu sou de verdade, dando mais motivos para ficar do que para partir, não quero me arrepender de não ter feito nada e alguém incrível simplesmente ir embora. Esse é o momento de mostrar coragem e não de ser covarde e deixar o amor em sua forma mais pura escapar pelas minhas mãos. Não se enganem em achar que sou um poço de coragem, na maior parte do tempo me escondi, me escondi com medo de ser quem eu realmente poderia ser, utilizei de maneira rasa meu potencial para ter uma vida mais ou menos boa. Quem em sua perfeita sanidade mental quer uma vida de mais ou menos? Eu queria por muito tempo, mas desde que um furacão resolveu mudar todas as minhas certezas eu não tenho mais a mínima vontade de voltar a ser a pessoa que eu era, agradeço por ter me conduzido até aqui, mas o momento é de mudança, o momento é de se reinventar e se conhecer melhor, e meu amigo medo precisa sair temporariamente do palco para que eu possa experimentar outros sentimentos.

Ele vai continuar sendo aquele amigo que vai aparecer de vez em quando, será consultado em muitos momentos, porém se faz necessário que a coragem seja maior, o medo de chegar nos meus últimos dias e me arrepender de não ter arriscado, não ter lutado pelo que amo e acredito que me faria muito triste, e mesmo que a coragem ainda apareça timidamente nas minhas atitudes eu creio que é ela que deve nortear as minhas decisões de agora em diante.

Nunca é tarde para mudar e fazer o hoje diferente, sair da minha zona de conforto é preciso para que eu tenha orgulho de quem sou e possa viver plenamente tudo que mereço.

Como de costume finalizo mais um texto com a sensação que mesmo a passos lentos a mudança acontece em minha vida, que por mais que seja doloroso mudar é necessário para que eu finalmente possa sentir que sou adulto. Realmente a vida não vem com manual de instruções e mesmo com muitos exemplos o primordial é seguir seu próprio caminho, mesmo sendo uma mesma espécie não existe uma maneira “correta” de se viver. Como costumam dizer:

“Vai. E, se der medo, vai com medo mesmo”

Pode ter certeza que se algo der errado várias lições serão aprendidas, afinal de contas é isso que é viver.

 

M.A.S.

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